Num tempo antigo os romanos alcançaram o lugar, rasgaram a paisagem com lajedo. E a velha estrada de pedra cavalgou o espaço, vertebrou a terra. Esta terra. Depois, a via verteu-se para o baixio, atravessado pela linha de água. Saltou o riacho. E os romanos foram-se por aí, caravanas de carros-de-bois e mulas, garranos e peões. Presença que o asfalto esconde, os olhos ignoram, resiste a velha ponte na área industrial de agora, visível rente à água que escorre. Rente ao cheiro.
Neste espaço de fábricas, muros, vedações, prédios, moradias, cavalgado por automóveis com gente veloz, neste espaço que nada diz de outrora, nada diz dos melros de há uns anos por aqui, cães a cantar ao coelho, galinholas gordas e petos reais, bandos nutridos de abetoninhas no Inverno, texugos, doninhas, grilos, leituga tenra, campos de lavoura e gado a cobrirem tudo, neste espaço que nada diz das legiões romanas a empoeirar o Sol, gemido de rodas cansadas, estandartes, cascos de bestas suadas, neste espaço, enfim, a sublime sobrevivência da automotora que nos chega a apitar, roufenha, na linha férrea, ao fundo.
Histórias de passagem, Augusto Baptista, in reporter.canalblog.com/
Neste espaço de fábricas, muros, vedações, prédios, moradias, cavalgado por automóveis com gente veloz, neste espaço que nada diz de outrora, nada diz dos melros de há uns anos por aqui, cães a cantar ao coelho, galinholas gordas e petos reais, bandos nutridos de abetoninhas no Inverno, texugos, doninhas, grilos, leituga tenra, campos de lavoura e gado a cobrirem tudo, neste espaço que nada diz das legiões romanas a empoeirar o Sol, gemido de rodas cansadas, estandartes, cascos de bestas suadas, neste espaço, enfim, a sublime sobrevivência da automotora que nos chega a apitar, roufenha, na linha férrea, ao fundo.
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