Enigma 2218
Ao telefone deve falar-se baixinho para ocupar menos linha?
Augusto Baptista
sexta-feira, 27 de dezembro de 2019
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
sábado, 21 de dezembro de 2019
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
domingo, 15 de dezembro de 2019
O EXTRACTOR DE RAÍZES
Matemático compulsivo, viciou-se na extracção de raízes quadradas. Quando não havia mais raízes quadradas para extrair, dedicou-se à extracção de raízes dentárias: as suas, as outras fugiam.
Esgotadas as raízes dentárias, fixou-se na extracção de raízes capilares: zonas púbicas, sovacos, enfim atacou na cabeça a raiz dos cabelos.
Rendido à calvície, virou-se para as raízes familiares. Extraídas as mais chegadas, anda agora à volta de uns primos afastados que descobriu no Brasil.
Antevendo o fim do filão, cismático, perscruta as plantas dos pés.
Augusto Baptista
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
terça-feira, 10 de dezembro de 2019
domingo, 1 de dezembro de 2019
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
CONSELHOS A UM OCTOGENÁRIO DEPRIMIDO
Na medida do possível, procure espairecer, arejar. Não se feche. Devagarinho, contemplativo, deambule, ande. Faça exercício. Passe os olhos pelas ancas das passantes em passeios demorados, desça e suba devagar os bustos intumescidos das teenagers (tenha cuidado para não escorregar) e espraie-se nos ventres descobertos das senhoras de meia-idade, a exibirem atrevidas tatuagens: bando de passarinhos a debicar-lhes o umbigo. Ou mais abaixo. Depois descanse, para não forçar o coração.
Augusto Baptista
sábado, 16 de novembro de 2019
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
QUATRO HISTÓRIAS PARA UM PÉ
A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Tanta crueza, escreve outra história:
A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro.
Pé?
Fio.
Desfecho piegas, escreve outra história:
A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro.
Pé?
Fio.
Que também se partiu.
Crueza a dobrar, escreve outra história:
A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro.
Pé?
Fio.
Que também se partiu.
A tempo de ele tirar o pé?
Augusto Baptista
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
terça-feira, 29 de outubro de 2019
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
O adeus
Lavro um doído
adeus à minha Amiga Ana Rosa Cadete Leite (22/9/1932, 23/10/2019), médica, Mãe de
uma grande família grande: filhos, netos, bisnetos, companheira do meu saudoso
cúmplice de utopias: António Cadete Leite.
Em Portugal,
em Angola, tempo de quimeras, tempo decisivo na vida dos dois países e povos,
com o António Cadete Leite esteve a Ana Rosa no exercício da sua actividade
médica, profissional exemplar, conciliando estas responsabilidades com
exigências familiares, postura recta, exigente, singular simplicidade, um
sorriso.
Nesta hora,
cumprindo um destino a que todos seremos chamados, ficam estas palavras breves, esta homenagem singela à minha Ilustre Amiga Ana Rosa, deixo este abraço
fraterno e solidário a toda a família, meus amigos do peito.
No vazio das
minhas mãos, das nossas mãos, das que partem, das que ficam, este adeus magoado.
Porto,
25 de Outubro de 2019-10-25
Augusto
Baptista
sábado, 19 de outubro de 2019
terça-feira, 8 de outubro de 2019
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
sábado, 21 de setembro de 2019
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
segunda-feira, 9 de setembro de 2019
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
terça-feira, 27 de agosto de 2019
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
terça-feira, 20 de agosto de 2019
domingo, 18 de agosto de 2019
sábado, 17 de agosto de 2019
sexta-feira, 16 de agosto de 2019
quinta-feira, 15 de agosto de 2019
terça-feira, 13 de agosto de 2019
segunda-feira, 12 de agosto de 2019
domingo, 11 de agosto de 2019
sábado, 10 de agosto de 2019
sexta-feira, 9 de agosto de 2019
quinta-feira, 8 de agosto de 2019
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
terça-feira, 6 de agosto de 2019
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
domingo, 4 de agosto de 2019
sábado, 3 de agosto de 2019
sexta-feira, 2 de agosto de 2019
quarta-feira, 31 de julho de 2019
terça-feira, 30 de julho de 2019
domingo, 28 de julho de 2019
sexta-feira, 26 de julho de 2019
quarta-feira, 24 de julho de 2019
terça-feira, 23 de julho de 2019
segunda-feira, 22 de julho de 2019
domingo, 21 de julho de 2019
sábado, 20 de julho de 2019
sexta-feira, 19 de julho de 2019
quinta-feira, 18 de julho de 2019
terça-feira, 16 de julho de 2019
segunda-feira, 15 de julho de 2019
sábado, 13 de julho de 2019
sexta-feira, 12 de julho de 2019
quinta-feira, 11 de julho de 2019
A MULHER QUE NÃO ALCANÇAVA
Queria ver-se multiplicado, mas, apesar do empenho no exercício da sua quota-parte nesta empresa, a mulher não alcançava.
A situação entristecia-o.
Sempre que podia, tentava, insistia de todos os jeitos, procurando que ela alcançasse. Diversificava as abordagens, ensaiava estratégias, novas tácticas, posições, gastava fortunas em livros e revistas para ela ver, se motivar. Sem se enervar, como convém nos casos de namoro e concepção, praticava modos delicados de objectivar os seus propósitos.
Lançada a semente, deixava depois levedar, dava tempo ao tempo. Expectativa em alta, por fim a cena de sempre: a mulher não alcançava!
O arrastar do caso desgastou a relação do casal, com recriminações recíprocas, zangas que só serviam para tornar ainda mais fundo o desencontro, mais longínquo o objectivo.
Anos de impasse e tensa relação, casamento por um fio, acabou por perder a esperança e, entristecido, desistiu do teimoso intento de ver a mulher alcançar ser fã do seu clube de futebol.
Augusto Baptista
quarta-feira, 10 de julho de 2019
terça-feira, 9 de julho de 2019
segunda-feira, 8 de julho de 2019
domingo, 7 de julho de 2019
O ESCRIBA PUDIBUNDO
Mesmo quando muito irritado, nos seus escritos não deixava transparecer o azedume. Exprimia a raiva com educada contenção. Em situações de explosiva indignação excedia-se quando muito com um f., um c., às vezes sublinhados com um ponto de exclamação. Não ia além desta contida enunciação.
Também raramente recorria ao m., ao p., mesmo ao pqp ou ao clássico fdp, em combinação com mais ou menos pontos de exclamação.
Um dia, talvez cansado de tanto polimento, pudicícia, por um motivo irrelevante foi-se às consoantes e desvendou-lhes o corpo em toda a sua intimidade.
Augusto Baptista
sábado, 6 de julho de 2019
sexta-feira, 5 de julho de 2019
quinta-feira, 4 de julho de 2019
A FORÇA DO TEM DE SER
Todas as manhãs – a pretexto de alindar a campa – ela ia ao cemitério conversar com ele, em segredo.
Quem por ali andasse, incapaz de alcançar além das evidências, vendo-a sozinha a falar, prognosticaria loucura.
Internaram-na.
À socapa, passou ele a ir visitá-la ao hospício. Mas, reflectindo a dois, demorada discussão do caso, assim não dava: as despesas, as viagens, o perigo de serem apanhados. O perigo de serem apanhados! E decidiram assumir a relação.
Augusto Baptista
quarta-feira, 3 de julho de 2019
A BOLA QUE PINCHA
Entram os três em cena: a mão, o cão, a bola. A bola na boca do cão.
O cão solta a bola, que a mão agarra, lança. Arco largo, a bola beija o chão, pincha, e, no ar, o cão abocanha. Regressa, passo lesto. A bola na boca do cão.
O cão solta a bola, que a mão agarra, lança. Arco largo, a bola beija o chão, pincha, e, no ar, o cão abocanha. Regressa, passo lesto. A bola na boca do cão.
O cão solta a bola, que a mão agarra, lança. Arco largo, a bola beija o chão, pincha, e, no ar, o cão...
Adiantada manhã, saem os três de cena: a mão, o cão, a bola. A bola na boca do cão.
Augusto Baptista
terça-feira, 2 de julho de 2019
segunda-feira, 1 de julho de 2019
UMA QUESTÃO DE ERRE
– Mãos ao ar!
Pouco dado a obediências, o cowboy ignorou a ordem, deu o peito às balas:
– Dispara, dispara, se és homem!
O pistoleiro ainda advertiu:
– Olha que eu atiro.
– Atira, cobardolas!
– Olha que...
– Atira!
– Poc!
O cowboy acolheu o disparo no peito, enrolou com espalhafato sobre si próprio, rebolou no chão da padaria. E ficou-se, braços abertos, mortíssimo.
Mais tarde, Luisinho a ler a prosa, indignado:
– Custava-te muito pôr um erre, custava, papá?! Sacrificavas os factos, mas acrescentavas emoção. Caramba, a história era logo outra, eu a enrolar no chão da pradaria.
Augusto Baptista
domingo, 30 de junho de 2019
sábado, 29 de junho de 2019
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sexta-feira, 28 de junho de 2019
REPASTO DE FOGO
– Uma vez por outra não virá daí mal ao mundo, dizia-lhe uma voz. Em contraponto, outra, a voz do médico, alertava para os perigos da destemperança: – Cuidado, o ácido úrico pode disparar para valores incendiários!
Nesta tensão, venceu a gula. Filado no cozido, rumou ao restaurante.
Empanturrou-se. Desbundou no chouriço, no paio, no presunto, no pernil. Repetiu a orelheira. Encharcou-se de cerveja, copos de tinto, aguardente.
Quando enfim, feito nababo, deu por finda a refeição, sentiu calores a alçarem-se pelos pés. Sensação de labaredas a treparem-lhe pelas pernas, pelo corpo. Arrotou. E quedou-se no aconchego do borralho, consolado, mãos na barriga sobre a zona do umbigo. A turrar.
Às tantas, do soalho soltou-se uma leve fumaça cinza, depois uma língua de fogo azul, nascida do charuto que largara sob a mesa. Molengão, olho fechado, com a sola do sapato domava já o incidente, justo quando se apercebe tudo em chamas lá por baixo. O ácido úrico! O ácido úrico em valores incendiários!, foi o que lhe veio à cabeça. Não cuidando de supor fogo à redea solta, nascido no andar de baixo.
Augusto Baptista
quinta-feira, 27 de junho de 2019
quarta-feira, 26 de junho de 2019
terça-feira, 25 de junho de 2019
segunda-feira, 24 de junho de 2019
sexta-feira, 21 de junho de 2019
quarta-feira, 19 de junho de 2019
segunda-feira, 17 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
o homem que
Em Coimbra, o Teatro da Cerca de São Bernardo tem as portas abertas, até final de Junho, para o homem que, de Augusto Baptista: 5.ªs (19h00), 6.ªs e Sáb, (21h30), Dom (16h00). Este espectáculo-instalação de A Escola da Noite, com direcção de António Augusto Barros, integra acção em palco, protagonizada pelos actores da Companhia, e mostras de fotografia, desenhos, enigmas, tangram.
Ver blog de A Escola da Noite http://weblog.
sexta-feira, 14 de junho de 2019
terça-feira, 11 de junho de 2019
segunda-feira, 10 de junho de 2019
sábado, 8 de junho de 2019
sexta-feira, 7 de junho de 2019
quinta-feira, 6 de junho de 2019
terça-feira, 4 de junho de 2019
segunda-feira, 3 de junho de 2019
TEATRO | DESENHO | FOTOGRAFIA
o homem que
a partir da obra de Augusto Baptista
A Escola da Noite
Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
sessões de estreia:
6 de Junho, quinta-feira, 21h30 [ESGOTADA]
7 de Junho, sexta-feira, 21h30
8 de Junho, sábado, 21h30
9 de Junho, domingo, 16h00
outras sessões:
13 a 30 de Junho de 2019
quintas-feiras, 19h00
sextas e sábados, 21h30
domingos, 16h00
6 de Junho, quinta-feira, 21h30 [ESGOTADA]
7 de Junho, sexta-feira, 21h30
8 de Junho, sábado, 21h30
9 de Junho, domingo, 16h00
outras sessões:
13 a 30 de Junho de 2019
quintas-feiras, 19h00
sextas e sábados, 21h30
domingos, 16h00
M/14 > 80′ > 5 a 10 Euros
informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
textos, desenhos, tangram e fotografias Augusto Baptista
dramaturgia e encenação António Augusto Barros
interpretação Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Sofia Lobo
dramaturgia e encenação António Augusto Barros
interpretação Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Sofia Lobo
direcção plástica Ana Rosa Assunção, António Augusto Barros figurinos e adereços Ana Rosa Assunção desenho de luz Danilo Pinto sonoplastia Zé Diogo vídeo Eduardo Pinto montagem e operação técnica Danilo Pinto, Eduardo Pinto, Rui Valente, Zé Diogo construção de elementos cénicos e expositivos Carlos Figueiredo, Danilo Pinto, Rui Valente, T.ART, Zé Diogo execução de figurinos e adereços Ana Rosa Assunção, Elsa Rajado, Maria do Céu Simõescabelos Carlos Gago / Ilídio Design Cabeleireiros produção e comunicação Eduardo Pinto, Pedro Rodrigues fotografia Eduardo Pinto limpeza Cláudia Natividade estagiário do curso técnico de multimédia da E.S. José Falcão Diogo Dias
sexta-feira, 31 de maio de 2019
SORTE GRANDE
Comprou um bilhete da lotaria e uma garrafa de champanhe. Chegado a casa, garrafa no frigorífico.
Logo após a extracção, eufórico, mas ainda um tanto anestesiado, abriu a garrafa, para comemorar. Para comemorar ter-se visto livre do dente.
Tivesse ele a mesma sorte ao jogo.
Tivesse ele a mesma sorte ao jogo.
Augusto Baptista
quinta-feira, 30 de maio de 2019
quarta-feira, 29 de maio de 2019
terça-feira, 28 de maio de 2019
domingo, 26 de maio de 2019
sábado, 25 de maio de 2019
quarta-feira, 22 de maio de 2019
sábado, 18 de maio de 2019
terça-feira, 14 de maio de 2019
sábado, 11 de maio de 2019
sexta-feira, 10 de maio de 2019
quinta-feira, 9 de maio de 2019
terça-feira, 7 de maio de 2019
segunda-feira, 6 de maio de 2019
domingo, 5 de maio de 2019
sábado, 4 de maio de 2019
sexta-feira, 3 de maio de 2019
quinta-feira, 2 de maio de 2019
TERRA À VISTA!
Roupa em farrapos, rente à loucura, na nau – à deriva há meses – dois sobreviventes: o pirata do olho de vidro e um comparsa.
Junto à amurada a perscrutar o horizonte, de repente grita o comparsa:
– Terra! Terra à vista! – e tomba, no mar.
O pirata corre ao vaso das orquídeas, rapa um punhado de terra. E esfrega, esfrega terra, terra à vista!
Em breve o escarceú dos pássaros rés à rebentação. E a gritaria do pirata, de encontro às coisas.Augusto Baptista
terça-feira, 30 de abril de 2019
segunda-feira, 29 de abril de 2019
domingo, 28 de abril de 2019
sábado, 27 de abril de 2019
sexta-feira, 26 de abril de 2019
terça-feira, 23 de abril de 2019
sábado, 20 de abril de 2019
sexta-feira, 19 de abril de 2019
quinta-feira, 18 de abril de 2019
FUNÇANATA À CHUVA
Choveu tanto nesse Carnaval que, de repente, nas ruas jorraram rios, nas praças nasceram mares. E o Corso, delírio pluvial, viu os foliões ganharem guelras; as folionas magras transformarem-se em cachalotes; as feias, em sereias.
Mas a mais estranha ocorrência, nesse raro Carnaval, foi, no topo da hierarquia, o Rei Momo ser um cachucho – oh fantasia – com exígua barbatana anal, a verter, por essas redondezas, um repuxo de aguardente com sumo de limão e um cubo – gelado – de Rubik.
Augusto Baptista
quarta-feira, 17 de abril de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
segunda-feira, 15 de abril de 2019
domingo, 14 de abril de 2019
sábado, 13 de abril de 2019
sexta-feira, 12 de abril de 2019
quinta-feira, 11 de abril de 2019
terça-feira, 9 de abril de 2019
domingo, 7 de abril de 2019
sábado, 6 de abril de 2019
quinta-feira, 4 de abril de 2019
quarta-feira, 3 de abril de 2019
terça-feira, 2 de abril de 2019
segunda-feira, 1 de abril de 2019
sexta-feira, 29 de março de 2019
quinta-feira, 28 de março de 2019
quarta-feira, 27 de março de 2019
terça-feira, 26 de março de 2019
segunda-feira, 25 de março de 2019
domingo, 24 de março de 2019
sábado, 23 de março de 2019
sexta-feira, 22 de março de 2019
quinta-feira, 21 de março de 2019
IMAGINÁRIO
Observa as escadas rolantes em movimento incessante: dois troços, um para cima, outro para baixo. E imagina o troço ascendente a subir até um topo inalcançável. E, a inflectir para baixo, congemina o outro troço a mergulhar nas trevas infinitas.
E intriga-se como a nenhum estudioso, pensador, religioso, a ninguém tivesse surgido a ideia de recorrer a escadas rolantes no trânsito transcendental, por razões utilitárias na ligação entre o céu e o inferno, ou simplesmente para passear, queimar tempo, que então o há abundante, perpétuo.
Falta de lembrança.
Augusto Baptista
quarta-feira, 20 de março de 2019
segunda-feira, 18 de março de 2019
domingo, 17 de março de 2019
sábado, 16 de março de 2019
FADO DE MÃOS
Em final de carreira, longe do coração dos fãs, sem lugar nos ringues, foram os lendários ganchos, uppercuts e KO’s que salvaram o famoso Punho d’Aço do desemprego: especialista, numa grande cadeia de restaurantes, em batata a murro.
Augusto Baptista
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sexta-feira, 15 de março de 2019
quinta-feira, 14 de março de 2019
quarta-feira, 13 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
O VELHO E O MAR
Foi à praia pescar, esperançado. E preparado: cana, linha, anzóis, do melhor. Logo no primeiro lançamento, sentiu picar. Depois, um puxão extraordinário. Aguentou. E, valente, lutou: a manhã, a tarde, o dia todo. Valeu a pena: um submarino da II Guerra Mundial. Alemão!
Augusto Baptista
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