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segunda-feira, 1 de julho de 2019


UMA QUESTÃO DE ERRE

 – Mãos ao ar!
Pouco dado a obediências, o cowboy ignorou a ordem, deu o peito às balas:
– Dispara, dispara, se és homem!
O pistoleiro ainda advertiu:
– Olha que eu atiro.
– Atira, cobardolas!
– Olha que...
– Atira!
– Poc!
O cowboy acolheu o disparo no peito, enrolou com espalhafato sobre si próprio, rebolou no chão da padaria. E ficou-se, braços abertos, mortíssimo.

Mais tarde, Luisinho a ler a prosa, indignado:
– Custava-te muito pôr um erre, custava, papá?! Sacrificavas os factos, mas acrescentavas emoção. Caramba, a história era logo outra, eu a enrolar no chão da pradaria.

Augusto Baptista

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