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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O boca de ouro

A mulher esmera-se em gemadas e sumos de limão, ele numa azáfama de gargarejos de água e sal, toda a semana. Dois dias antes, grau absoluto de mudez, entra em estágio. Chegado ao campo, abre a boca - no início do jogo - fecha-a, logo no fim. Dentro do estojo, volta a guardar a áurea dentadura, desnecessário apetrecho para sorver agora gemadas e sumos de limão, toda a semana: novo ciclo de abstinência fónica para manter em forma o locutor de futebol.
In O caçador de luas, pág 37, Augusto Baptista

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quem come quem

Foi à mercearia procurar fermento, do bom. A atestar o acerto da compra, a massa inchou na forma, cresceu no forno, excedeu no fogão, galgou cozinha, moradia, aldeia, engoliu o adro pleno de gente aflita, a torre sineira, o vale, o cocuruto do monte. A salvo da destemperada gula, só um irrequieto bando de pardais, entretido a depenicar o bolo.
In O caçador de luas, pág. 54, Augusto Baptista

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Humor ao alto CXXXV

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Humor ao alto CXXXIV

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Humor ao alto CXXXIII

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Humor ao alto CXXXII

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O castigo

dezintereçad...!? Tanta asneira, Joãozinho! De castigo a menina vai para casa escrever: desinteressadamente! d-e-s-i-n-t-e-r-e-s-s-a-d-a-m-e-n-t-e! Quarenta vezes! Q-u-a-r-e-n-t-a-v-e-z-e-s! Q-U-A-R-E-N-T-A!

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Exausta, adormece. A mamã guarda a esferográfica, fecha o caderno dos deveres, leva a Joãozinho ao colo, para a cama. Pela manhã, a menina acorda, toma o pequeno-almoço. E vai para a escola.

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Humor ao alto CXXXI

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Humor ao alto CXXX