E houve palavras de Francisco Duarte Mangas,
presidente da AJHLP; de Augusto Baptista, que apresentou a obra; do autor.
Partilhar memórias
Com muita honra a Associação dos Homens de Letras vos recebe nesta
antiga casa aberta a mulheres e homens de “límpida consciência”.
O que aqui hoje nos traz é a apresentação do livro Dar Sentido ao Tempo, do nosso querido amigo António Cadete Leite,
dirigente desta centenária Associação – e que muito contribuiu, nos últimos
anos, para que este edifício-sede, no centro do Porto, recuperasse parte da
dignidade perdida.
Do livro falará já a seguir Augusto Baptista, multifacetado
criador e companheiro de longas utopias. Falará do livro e das surpreendentes
memórias que António Cadete Leite, num
gesto generoso e de grande
humildade, partilha com quem as quiser ler. Partilhar as pequenas memórias é, afinal, dar sentido à
vida.
Em tempos distantes, muitos artesãos da Idade Moderna, um pouco
por toda a Europa, escreveram as suas memórias. E as memórias desses
artesãos-escritores são hoje estudadas pelos historiadores: aí encontram uma
nova luz, uma nova fonte para compreender melhor o passado histórico. Dar
Sentido ao Tempo – da Maianga ao
Bonfim, e as anteriores obras
de Cadete Leite, não tenho dúvida, mais tarde ou mais cedo, serão também objeto
de estudo, contributo importante para os nossos historiadores entenderem o
século XX português.
Obrigado a todos, e passo então a palavra ao Augusto Baptista.
Francisco Duarte Mangas
Faz coragem, meu cota!
Cabe-me
apresentar o livro Dar Sentido ao Tempo - da
Maianga ao Bonfim, o que faço com honra e gosto, saudando todos os
presentes e, de modo particular, o autor, professor universitário, médico,
escritor, amigo: António Cadete Leite.
Muitas maneiras haverá de apresentar a obra. Uma adoptando a extrema
síntese:
Este é o terceiro livro do autor, editado, tal qual os anteriores, pela
Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Dá corpo, com os outros
volumes, a uma importante trilogia de memórias. Termino. Por mais que eu aqui
dissesse, para conhecer o livro, o melhor é comprá-lo. E lê-lo.
E ficar-me-ia por aqui.
Escolhi outro caminho, mais detalhado, analítico, arrisco. Mais
demorado. No convencimento de que temos todo o tempo do mundo, e vontade, para ouvir falar deste tempo feito
livro. E que – ao fim de contas - alguma utilidade terá o que eu vos possa
transmitir.
Em boa hora o autor se decidiu pela escrita de episódios das suas
vivências: um pé no Bonfim, no Porto, em Portugal; um pé na Maianga, em Luanda,
Angola. E o coração nos dois lados: Cadete Leite cordialmente bipolar, no seu
dizer. E as histórias cá e lá, muitas na estreita linha comum à vida e à morte,
outras de infância, de juventude, outras da maturidade. Relatos que cruzam
tempos diferentes da vida do autor e da nossa vivência colectiva: da Angola
colonial ao Portugal de Salazar; do madrugar da esperança aqui, ao nascimento
de Angola, país independente.
A atravessar este tempo, mergulhado nele, marcado por ele, procurando
imprimir-lhe a sua marca, lutando por isso, Cadete Leite. Assim, em escalas
muito diversas.
Nesta obra, a escala familiar tem particular expressão, livro
significativamente dedicado aos dez netos: Kali, Ana Sofia, Catarina, Carolina,
Pedro, Renata, João Tiago, Guilherme, Luís, Leonor; ordenados pela ordem do
tempo em que vieram ao mundo. E à bisneta Matilde.
Avô, pais, irmãos, mulher, filhos, são presença marcante na obra. Um dos
modos de viajar por estas páginas seria deixarmo-nos levar pela mão de
familiares do autor. Pela mão do avô, António Rodrigues Leite, Espadaneira,
homem sábio, chefe da Banda do Padrão do Souto, exímio construtor de violinos,
do violino que ilumina a capa do livro e esta sala; pela mão do pai, António,
proprietário da Loja do Povo, na Rua Pinto Bessa, alma das Conferências S.
Vicente de Paulo e dos leilões de beneficência na paróquia do Bonfim; pela mão
da mãe, Bonifácia, nodal na gestão caseira, também ela devotada vicentina; das
irmãs Maria Rosa e Maria Teresa; do irmão Alberto, homem do desenho e da
pintura, tocador de violino; da cunhada Maria Júlia; do tio Germano, no Brasil;
dos filhos Jorge e João (mencionados no livro, o mais velho e o mais novo, a
abraçar os outros: Luís, Isabel e Paula ); da mulher, Ana Rosa, médica,
companheira de toda a vida. Pela mão irrequieta de Toninho, o próprio autor,
como em casa era tratado nesses anos.
Toninho! Criança, jovem vivo, irrequieto, nas férias deportado para o estabelecimento do pai,
para não infernizar o ambiente caseiro em tropelias com o irmão mais novo,
Abílio; Toninho a catrapiscar costureirinhas; em tainas, desbundas
gastronómicas, punhetas de bacalhau, quando internado na Ordem do Carmo;
corajoso, ao sopapo por causa nobre: o respeito pela música. Toninho, bom
menino, a assistir em êxtase ao concerto da banda dirigida pelo avô, na Festa
de São Miguel, padroeiro da aldeia do Padrão do Souto, Vila da Feira:
- Toninho, vem aqui para o meu
lado.
- Posso?
Sorri de satisfação e orgulho por
ter o privilégio de, tão perto do meu avô, ao mesmo nível dos músicos, assistir
ao concerto. Não tirava os olhos dele; queria descobrir como os seus gestos, a
sua fisionomia, a sua expressão corporal, eram capazes de arrastar os
executantes com tanta harmonia.
Harmonia:
palavra-chave, na música e na vida do autor, desde menino. Aí o temos, olhos
clandestinos a espreitar a preparação dos concertos sinfónicos, no Rivoli, no
Coliseu: Parecia ninguém se entender no
meio da barafunda de sons. Mas era possível verificar que, mesmo nestes
momentos, havia harmonia. Os diferentes sons produzidos pelas cordas, a um
lado, e pelos metais, a outro, soavam de maneira agradável. À medida que a
afinação se ia completando, os instrumentos calavam-se. (...) Uma vez iniciado
o concerto, (...) parecia-me impossível que todos os executantes actuassem como
um só, o vaivém dos arcos de todos os instrumentos, harmoniosamente na mesma direcção
e à mesma distância, de modo paralelo. Para mim, este era o exaltante exemplo
de trabalho colectivo.
A música, terreno sagrado que conhece por dentro, perscrutada nos
bastidores de sinfonias e óperas, marcante na juventude, infância, até aos dias
de hoje, neste livro é tema recorrente. Devoção que leva ao pecado. Toninho, à borla nos concertos, a entrar pelas traseiras
“graças ao favorecimento do tio José, bombeiro”; a esgueirar-se do internamento
na Ordem do Carmo para, pela porta do cavalo, assistir ao concerto de uma jovem
amiga; a lutar pelo autógrafo do maestro-criança Pierino Gamba e, ambos, a
acabarem brincando com carrinhos num quarto de hotel.
E logo Toninho vivaço, marçano a bater-se à gorjeta, a ludibriar
freguesas, a usar artimanhas, à chuva, sol. Tantos anos volvidos, a propósito
da entrega de encomendas na casa das freguesas da Loja do Povo, escreve: Em dias quentes, simulava cansaço extremo,
respiração ofegante, transpiração, que exagerava espalhando saliva sobre as
sobrancelhas e nas pálpebras. Às vezes dramatizava a exaustão pedindo água
fresca, logo ao abrir da porta. Em dias de chuva, (…) antes de chegar a casa da
cliente, fechava o guarda-chuva para me apresentar molhado, despertar piedade.
A mais sacrificada por estas encenações foi dona Berta Meireles, tão
assim que ganhou honras de menção no livro. E, todo este tempo passado, cru,
nem sombra de arrependimento; antes, a alegria de sair incólume das safadezas: Felizmente, nunca as senhoras fizeram ao meu
pai a mínima referência a estes sacrifícios. E também nunca confessei as manhas
que utilizava nem as gorjetas recebidas. O meu pai não veria isso com bons
olhos.
Toninho, na gorjeta, nas rifas obtidas à socapa por mor da simpatia
junto dos participantes no sorteio do triciclo. Mariola traído pela sorte: Certo ano, quando o meu pai (...) cantou
173, dei um salto entre a assistência e gritei: “é meu!”. Fácil é imaginar o
embaraço do meu pai, sem perceber como podia eu ter uma rifa.”.
Entre as actividades da paróquia do Bonfim, as iniciativas das
Conferências de S. Vicente de Paulo, partilhando a escola com o trabalho na
Loja do Povo quase até entrar na Universidade, viveu Toninho. Em Fátima, a
cumprir de joelhos uma promessa da irmã, agradecendo a Nossa Senhora um falso
milagre, mais tarde de rabo para o ar - alvo de experimentais abordagens a uma
fístula peri-anal - a comer boroa com bolor, a levar estalo do pai por deixar
um pão com o lar para cima, Toninho expiou todos os pecados do mundo, cresceu.
De repente estudante universitário, médico, soldado, de repente Para Angola e em força.
Um tempo brutal. De nada valeram os apelos do velho Mestre, o
respeitado, o lendário professor Mello Adrião, os apelos do doutor Macias
Teixeira, um tanto como quem gesticula e grita no vácuo Não nos levem o homem, faz falta à Ciência! Levaram: Escola de
Maqueiros no Regimento de Infantaria em Coimbra, logo Madeira, para integrar
uma Companhia de Caçadores, logo Angola: Quipedro!
Depois, a lenta emersão das profundezas da guerra: Hospital Militar em
Luanda, participação nos alvores dos Estudos Gerais Universitários de Angola, o
assentar de arraiais na Maianga. E por escrever está a riquíssima vivência de
António Cadete Leite em Angola, desde o período pós-independência até aos anos
oitenta, memórias ausentes neste livro, ausentes em Memórias Coloniais e em Como
vivi a guerra em Quipedro – Angola no ano 1963.
Dessa fase, reportando-se ao tempo das memórias por escrever e que na
minha óptica reclamam escrita, período exaltante da Maianga e da Angola Popular
na vida do autor, em 2002 eu escrevi “O camarada doutor”, texto centrado em
António Cadete Leite.
Por me convencer da
existência aí de matéria com interesse, leio algumas passagens:
Nos primeiros anos de Angola independente,
decaiu o tratamento por senhor,
senhora, sob a onda camarada. A ânsia colectiva de
igualdade, fraternidade, liberdade, pautava então as relações. António Cadete
Leite, médico do Porto e professor de Anatomia, não escapou à regra: era o
camarada doutor.
Manhã
de 1978, bem cedo, o funcionário entra-lhe de rompante pelo gabinete:
—
Camarada doutor, está um morto vivo!
—
Oh, oh, oh...
—
Verdade, na mesa, no
teatro anatómico, está um morto vivo! Respira, ele respira, camarada doutor!
Foi
ver. Zé – o funcionário – a correr à frente, chega à sala, abre a porta. E
fica-se por fora, a apontar:
—
Vê, camarada doutor?!
No
espaço amplo do teatro anatómico, as mesas inox com os cadáveres cobertos por
lençóis impregnados de formol, imobilidade absoluta. Numa das mesas, mais
longe, vendo bem, de facto...
—
Vê?! Vê?!
...
de facto o lençol... a subir, a descer. A respirar! Evidência sublinhada pela
agitação, fora de portas:
—
Vê! Um morto vivo, camarada doutor!
Resoluto,
avança, saca o lençol.
—
Cuidado!
À luz
estreme da manhã de Luanda, irrompe, cândido, um corpo. Corpo ébano dum doente
do vizinho Hospital Psiquiátrico, presença seduzida pela quietude do espaço,
para ali, dormindo, passar a noite.
António
Cadete Leite não poderia prever momento mais humorado na vida, quando, em 1963,
então alferes miliciano e jovem licenciado, embarcou para Angola a bordo do
Uíge.
Terminada
a comissão, então com 30 anos, decide permanecer em Angola, entusiasmado pela
docência, pela preparação do doutoramento: «Tinha a tese praticamente pronta
quando veio o 25 de Abril». Nestes dias, outras passam a ser as prioridades.
Tese adiada, é a transição da Angola colonial para a Angola independente. E, de
novo, decide ficar: «Dei muito antes, mas muito mais depois da independência.
Foi o período de maior satisfação e trabalho da minha vida». Ao ensino médico
juntam-se outras frentes, nos Ministérios da Saúde e da Educação, em Luanda,
Huambo, Bié; no arranque e direcção da "Associação 25 de Abril".
Regressa
ao Porto, à sua velha Escola, em 1984: «Antes de vir, quis deixar pessoas
absolutamente capazes na Anatomia, como, aliás, o Fernando Rama, na Histologia.
A Faculdade de Medicina de Angola vale hoje pelos docentes angolanos que lá
estão.
No
Bonfim em 1984, o fechar de um ciclo: doutorado em 89, integra o quadro do
Instituto de Anatomia da Faculdade de Medicina do Porto e o Centro de
Morfologia Experimental — prestigiada unidade de investigação em neurociências
—, estruturas dirigidas pelo professor Manuel Barbosa. Aí se jubilou em 2004.
De volta ao livro, a obra termina com uma passagem, exaltação à vida, de
onde extraio uma frase que contém uma evidência que muita gente parece ignorar:
Teremos de morrer um dia.
Esta inevitabilidade
suscita-me a mesma interrogação que titulou recente peça evocativa da actriz
Fernanda Alves – encenada por Fernando Mora Ramos e activada pelas palavras de
Ernesto Sampaio: Quem falará de nós, os
últimos?
Dos últimos do Bonfim da meninice, espreitados por detrás do
balcão, falou Cadete Leite: A filha do
sacristão à janela, a sacudir os tapetes ou distraindo-se com o bulício no
largo do Bonfim. O abade e o padre coadjutor a lerem o breviário, passeando-se
diante da frontaria da igreja, a brisa vespertina a ondular-lhes as sotainas. A
entrada e saída das beatas(…). O Currufas, pedinte das Eirinhas, na
escadaria de acesso à igreja, a fazer de sino anunciador de missas, casamentos,
baptizados, funerais - pés juntos, hirto,
a flectir para diante, para trás; dona Isaurinha dos Ossos a caminho da
igreja, empregadas a empurrar as nádegas da patroa, escadaria acima; dona
Amália, desgrenhada, gato branco, gato gordo, gato ao colo; dona Maria Ângela
Rangel, pálida folha ao vento, dada à música, não aos homens, mergulhada a
contragosto na Rua Coelho Neto. O somítico lojista Bernardino Teixeira; o
senhor Moura, ricaço, fortuna cozinhada na sucata, na recolha dos ossos dos
talhos da zona; o Senhor Martha, grafado com th, empresário de Dodge preto e
motorista. E costureirinhas, modistas: mosaico social de filme de António
Silva. Tempo de rígida estratificação de classes, diferenciação cruel entre
ricos e pobres, a pequena burguesia numa ginástica entre extremos.
Era o tempo – diz o autor -
das ilhas por toda a freguesia,
e pela cidade, lado a lado com as residências dos remediados e dos ricos,
alheios ao que os rodeava, seguindo a rotina das suas vidas desafogadas e
confortáveis.(...) O tempo do sofrimento em silêncio, do receio de protesto, do
inexplicável respeito pelo semelhante que não ajudava, da resignação perante
tão flagrantes adversidades. Tudo tão perto, afinal, do tempo em que estamos.
A apresentação vai longa, uma conclusão quero expor: novos relatos se
reclamam, desde logo em redor da rica experiência do autor, respeitado cidadão
português engajado nos alvores da construção de Angola independente, nas áreas
do Conhecimento, do Saber Médico, da Ciência. Que não lhe faltem forças e
vontade.
Lembra-te, companheiro, tu que escreves prosa que na música tem o
lamiré, que dispões de rara memória e guardas um manancial de histórias e de
experiências, que tens ideias claras, lembra-te: Quem falará de nós? Portugueses, angolanos. Os teus amigos, os teus
alunos. Quem falará de nós, os últimos?
Esta é hora de saudação pelo que fizeste, por este inestimável Dar
Sentido ao Tempo - da Maianga ao
Bonfim, é hora de incentivo: venham mais histórias, mais crónicas, mais
relatos.
Faz coragem, meu cota!
Augusto Baptista
Dar sentido ao tempo
As minhas primeiras palavras deverão ser dirigidas à direcção da
Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, na pessoa do seu
presidente, doutor Francisco Duarte Mangas, pela honra da edição deste meu
terceiro livro incluído na colecção Memória Perecível, que em boa hora foi
decidido iniciar.
Não sei como agradecer ao meu grande amigo Augusto Baptista a
apresentação que acabou de fazer desta despretensiosa obra. As suas palavras
são a demonstração da bonita análise que um singelo texto pode propiciar.
Os agradecimentos mais sentidas dirijo-os a todos os presentes que
comigo quiseram partilhar a alegria que a publicação dum livro causa ao seu
autor. Sim, hoje é mais um feliz dia da minha vida. Certamente o último com
esta motivação. Os anos pesam, a saúde vai-se ressentindo, a vida torna-se
menos propícia a elaborações deste tipo. Foi já muito difícil levar a bom porto
esta tarefa. Confesso que não fora a insistência do Augusto Baptista esta obra
não teria visto a luz do dia. Foi escrito em 2012, ano em que fui obrigado a
três internamentos hospitalares que, embora de curta duração, não deixaram de
influenciar o meu estado de alma. Mas, com as dificuldades inerentes, consegui
ultimar este livro que, de modo particular, dedico aos meus dez netos, quase
todos aqui presentes. Falta a neta mais velha, a Kali, que a esta hora festeja
em Lisboa o quarto aniversário da sua filha Matilde, a minha bisneta.
Como poderá ser verificado pela leitura deste Dar Sentido ao Tempo – da Maianga ao Bonfim, uma das
personagens que nele evoco é o meu avô paterno, de nome António, como o meu pai
e eu, que marcou indelevelmente a minha infância e juventude. A sua presença
aqui está assinalada por este famoso violino que construiu para me oferecer há
cerca de 70 anos. Refiro-me a ele no livro como estando partido; entretanto os
pais do Guilherme – o meu neto responsável pelo incidente – resolveram mandar
consertá-lo. É um objecto que muito aprecio.
A evocação do meu avô foi pretexto para a dedicatória aos meus netos.
Que eles, à medida que os anos se vão sucedendo, guardem do avô, de mim,
memórias, recordações, que possam vir a orgulha-los. São os meus desejos
sinceros.
A todos muito obrigado.
António Cadete Leite
© Carlos Cunha |
© Carlos Cunha |