TERRA À VISTA!
Roupa em farrapos, rente à loucura, na nau – à deriva há meses – dois sobreviventes: o pirata do olho de vidro e um comparsa.
Junto à amurada a perscrutar o horizonte, de repente grita o comparsa:
– Terra! Terra à vista! – e tomba, no mar.
O pirata corre ao vaso das orquídeas, rapa um punhado de terra. E esfrega, esfrega terra, terra à vista!
Em breve o escarceú dos pássaros rés à rebentação. E a gritaria do pirata, de encontro às coisas.Augusto Baptista
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