Intolerante, avalia-me. O queixo. A boca. O nariz. Os olhos. O rímel das pestanas. A curva da sobrancelha fina. A testa. Este cabelo. Porventura caracóis? Talvez pintá-lo. Verde? Amarelo? Tons de púrpura? Azul? Olhos de prata, grandes, olha-me sem coração. Mudo. Cruel, o espelho! Na silenciosa sugestão, talvez, me deixe ficar nesta destemperança natural: cabelo todo branco, enfim.
In O Caçador de Luas, Augusto Baptista, gatopardo 2003
sábado, 5 de junho de 2010
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