À despedida, sacramental, a recomendação: Vai devagar. Tens tempo, meu filho.
Luisinho sai e dona Dulce queda-se à porta: o caminho de terra batida, a laranjeira, a pedra do pátio, o pé de couve, o muro, o último aceno, à esquina. Depois a estrada, infinita.
Dona Dulce deixa-se ficar, olhar na ausência, coração nas mãos: o desatino, as correrias, os repentes dos miúdos no recreio.
Mãe é mãe!
Ao cair da tarde, Luisinho surge à esquina, no muro. Um aceno. Depois o pé de couve, a pedra do pátio, a laranjeira, o caminho de terra batida... Dona Dulce na eternidade de quem espera.
Alta madrugada, enfim, nos corninhos um do outro. Todo suado! Havia necessidade de vires a correr!? Mãe e filho lavados em baba e ranho. Dá cá um beijo, maroto! Corpos em caracol colados.
In História de coisa nenhuma e outras pequenas significâncias, pág. 92, Augusto Baptista
Sem comentários:
Enviar um comentário