Tangram é jogo de magicar, expressão de magia e de pensamento, nascido na China, a partir dos primeiros anos do século XIX, conquistou o mundo.
Formado por sete figuras geométricas susceptíveis de tantas conjugações quantas a imaginação consinta, o puzzle tem regras mínimas: a utilização para cada caso das sete peças que o integram, sem sobreposições.
Simples, na aparência, o tangram cativou criadores, artistas, intelectuais. Gente famosa. Elixir para mentes geniais, foi jogo eleito de Napoleão, apaixonou Faraday, Edgar Allan Poe, Hans Christian Andersen. E o elenco dos praticantes de nomeada poderia crescer, também com gente da actualidade, tantos em todo o mundo os seus apaixonados e cultores.
Jogo de solitários, que não de solidão, o tangram abre desafios aquietantes, como quem, abstracto, olha na lareira o fogo. Ou, atento, observa um aquário, serena suspensão do tempo: espécie de viagem de Verne.
Para os que gostam de partilhar, o jogo agasalha a cooperação, nele cabem vivências díspares para, em reflexão conjunta, conjugando raciocínios, se poderem ultrapassar desafios de improvável vencimento individual.
Os problemas com que se tenha de deparar, alguns difíceis, outros nem tanto, não deve o leitor desistir à primeira. Como na vida, teime, insista, persevere. Vire e revire as peças, sistematize as abordagens. Pense devagar, repense sem pressa. Com ironia, ao jeito de Alexandre O’Neill, mãos entretidas “num tempo fértil”, sem pudor do absurdo:
Por que não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p’la manhã?
In Tangram-Humanas figurações, Augusto Baptista, 2007
Tem piada porque há bastantes anos là para 1990 fiz uma exposição de dobragens inspirada no Tamgram. Foi na Galerie Keler e mais uma vez foi um sucesso para a glória, talvez para o Ego -disso não estou certo e teve um bom catálogo escrito pour Jean-Louis Pointevin que pode ser comprado na internet. "Chapitre.com".
ResponderEliminarHá muito que se diga sobre essa paciência.