BATATAS
Os dois ao balcão à espera da freguesia que tarda, ele a puxar conversa mole para matar o tempo, ela a cortar-lhe as vazas:
– ... até havia um chafariz no largo...
– Havia.
– ... não sei se te lembras, havia ali um cruzeiro antigo...
– Havia.
... e um caminho que ia dar ao monte do ...
– Havia.
– ... nesse caminho havia umas alminhas ...
– Havia.
Enfim, freguesa, em demanda de batatas!
Ela, hirta, leve esgar de queixo apontado para ele, para os tubérculos:
– Avia.
Augusto Baptista
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