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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

CONSELHOS A UM OCTOGENÁRIO DEPRIMIDO

     Na medida do possível, procure espairecer, arejar. Não se feche. Devagarinho, contemplativo, deambule, ande. Faça exercício. Passe os olhos pelas ancas das passantes em passeios demorados, desça e suba devagar os bustos intumescidos das teenagers (tenha cuidado para não escorregar) e espraie-se nos ventres descobertos das senhoras de meia-idade, a exibirem atrevidas tatuagens: bando de passarinhos a debicar-lhes o umbigo. Ou mais abaixo. Depois descanse, para não forçar o coração.
Augusto Baptista

sábado, 16 de novembro de 2019

Enigma 2203
Terá lítio o chão de Lisboa?
Augusto Baptista
Enigma 2202
A ternura tem pulsação?
Augusto Baptista

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Enigma 2201
Depois do adeus tarda o reencontro?
Augusto Baptista

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Enigma 2200
Se há bota barata, haverá bota formiga, bota mosquito?
Augusto Baptista

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

QUATRO HISTÓRIAS PARA UM PÉ

A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.

Tanta crueza, escreve outra história:

A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro. 
Pé? 
Fio.

Desfecho piegas, escreve outra história:

A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro. 
Pé? 
Fio.
Que também se partiu.

Crueza a dobrar, escreve outra história:

A ponte estava presa por um fio. Ele meteu o pé, o fio partiu-se.
Por sorte havia outro. 
Pé? 
Fio.
Que também se partiu.
A tempo de ele tirar o pé?

Augusto Baptista

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Enigma 2199
O poema é um abraço?
Augusto Baptista