EMERGÊNCIAS BENTAS
O 204 arranca, logo trava. Em desequilíbrio, a jovem de pé enlaça o passageiro do lado. Num novelo aos trambolhões, entre encontrões, caem no corredor do autocarro.
Ela ergue-se num pulo nervoso, balbucia:
– Desculpe, senhor.
A olhá-la debaixo, pasmado, doído, nele emergem nesse instante anos de catequese:
– De nada. Temos de ser uns para os outros.
Augusto Baptista
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