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terça-feira, 24 de julho de 2018





O LOBO MAU NO HOSPITAL
TEXTO Augusto Baptista
DESENHOS Z.L. Darocha
DESIGN João Bicker


Palavras pronunciadas na FNAC do NorteShoping, 22 de Julho de 2018, aquando do lançamento do livro "O Lobo Mau no Hospital".  Um livro "que visa incentivar acções imperiosas de cariz público que levem à concretização do sonho: a construção do Hospital São João dos pequeninos, o Joãozinho". 


Meus amigos,

A todos saúdo com a satisfação de voltar a uma envolvente de que guardo boas recordações, quando aprendi pela mão do Testut – e tal qual Vasco Santana na “Canção de Lisboa” – o que era o esternocleidomastoideu. E esse outro músculo, com nome de pássaro jurássico: o petrosalpingo estafilino. Quando aprendi, para memorizar os ramos colaterais ascendentes da artéria maxilar interna, a doce mnemónica Tu, Minha menina, Pequena menina, Tens profunda mágoa Tens profundo amor. Isto para dizer: Timpânica, Meníngea média, Pequena meníngea, Temporal profunda média, Temporal profunda anterior.
Enfim, a todos saúdo com a satisfação de voltar a um espaço cordial, a um tempo de juventude e de aprendizado da insuspeitada poesia que guardamos cá dentro.


Palavras breves para, num acto breve, falar de um livro. Um livro que vem a público num momento de encruzilhada, num transe, quero acreditar, que será em breve vencido para dar lugar ao passo imperativo de criar a nova unidade pediátrica do Hospital São João.
O livro chama-se O Lobo Mau no Hospital e é uma recriação humorada e com final feliz, uma brincadeira, para miúdos e graúdos, em redor do conto do Capuchinho Vermelho, narrativa fantástica publicada pelos irmãos Grimm no séc. XIX (1812).
O Lobo Mau no Hospital, aqui apresentado brilhantemente pelos actores da Escola da Noite, por António Augusto Barros, amigo e meu companheiro de lides teatrais na Cena Lusófona, é uma história redonda. Quando termina recomeça – pela voz da Avozinha. Escrevi-a em 2012, há seis anos, e o modelado que hoje apresenta é o modelado original, desde a intriga à dedicatória.
Concluída a história, ao repto da ilustração respondeu o pintor e caminhante da Via Láctea, artista iluminado, criativo inquieto e plural, homem bom, Luiz Darocha. O meu saudoso e sempre amigo Zé Luiz, para quem eu peço uma salva de palmas.
Ilustrada a história, entra em cena o talento e a generosidade de João Bicker, outro amigo, designer e professor na Universidade de Coimbra, que concebeu a composição da obra, lhe imprimiu o seu cunho pessoal, o seu génio. Em termos de composição, de articulação gráfica e visual, o livro é obra de João Bicker.
Temos portanto um livro com um tripé criativo, publicado com a chancela da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, presidida pelo também meu amigo Francisco Duarte Mangas.
Um livro de amigos, concebido e disponibilizado à administração do Hospital São João em 2012, que encontrou agora, na pessoa do Senhor Presidente do Conselho de Administração, Dr. António Oliveira e Silva, a vontade e o engenho de lhe dar corpo.
Um livro que nasce sob o signo da amizade, que visa um objectivo altruísta, mas que só cumpre a missão, só se concretiza como sujeito solidário, se agregar novos amigos, se houver mãos que o acolham. Mãos que se abram ao desígnio de ajudar o Joãozinho, berço onde trabalham pessoas que me são especialmente queridas. Berço que acolhe e abraça o melhor de nós, as nossas crianças, os nossos filhos.
Um livro, pétala pequenina que só será  flor, se congregar outras pétalas, outras vontades solidárias, outros gestos poéticos. Um livro que não vai mudar o mundo, mas que quer ser um contributo para o tornar menos amargo. E que visa incentivar acções imperiosas de cariz público que levem à concretização do sonho: a construção do Hospital São João dos pequeninos, o Joãozinho.
Calo-me com três versos, versos com que o livro encerra, três versos divertidos, generosos, benfazejos, um triângulo de felicidade que dirijo e desejo a todos os presentes:

Alegria sempre a rodos
Leite e pão para trincar
E saúde para todos!

Augusto Baptista



1 comentário:

  1. Mais uma vez, PARABÉNS, pelo belo trabalho! Sucesso!
    Que muitas crianças e adultos leiam, apreciem e divulguem tão bela e generosa obra.

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