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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quem come quem

Foi à mercearia procurar fermento, do bom. A atestar o acerto da compra, a massa inchou na forma, cresceu no forno, excedeu no fogão, galgou cozinha, moradia, aldeia, engoliu o adro pleno de gente aflita, a torre sineira, o vale, o cocuruto do monte. A salvo da destemperada gula, só um irrequieto bando de pardais, entretido a depenicar o bolo.
In O caçador de luas, pág. 54, Augusto Baptista

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